06/11/2015 | por cleber
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Coletivo Reciclagem é finalista do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social
Por Paula Crepaldi (Fundação Banco do Brasil)
Uma metodologia implementada em 232 cooperativas de catadores de materiais recicláveis para melhorar as condições de trabalho e renda – o Coletivo Reciclagem – é uma das finalistas pela categoria Tecnologias Sociais para o Meio Urbano no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2015.
A iniciativa do Instituto Coca-Cola começou em 2012 a partir de um estudo sobre o nível de desenvolvimento das cooperativas existentes no Brasil. A criação da tecnologia social contou com a colaboração de entidades empresariais e de organizações sociais que atuam na cadeia de resíduos sólidos. Em junho de 2014 começou a ser implantada a metodologia que tem caráter modular e flexível para facilitar a reaplicação em larga escala, mesmo considerando as necessidades de cada empreendimento. Atualmente, são envolvidos mais de 5.300 catadores em 13 estados brasileiros.
O trabalho começa com a avaliação sobre grau de formalização, gestão, capacidade de coleta, produção, comercialização e prestação de serviços da cooperativa. Após a avaliação, é preparado um pacote específico de ações conforme características de cada empreendimento – formalização, cursos de capacitação, equipamentos, e infraestrutura, por exemplo. Na capacitação são inclusos temas como liderança, resolução de conflitos e igualdade de gênero, a fim de promover o desenvolvimento profissional e pessoal dos trabalhadores.
Tanto o pacote de capacitações como o plano de ação são definidos em conjunto com os catadores. Eles definem também uma meta e um prêmio, caso consigam atingi-la. A cada seis meses começa um novo ciclo com avaliações, plano de ação e recompensa. As ações concretas no curto prazo viabilizam cumprir diretrizes de longo prazo.
Para medir a efetividade da tecnologia social, é feita uma mensuração de resultados que inclui indicadores, como renda adicional, protagonismo e autoestima. A coordenadora de educação do Instituto Coca-Cola, Thais de Moraes Vojvodic, disse que a participação conjunta dos cooperados no diagnóstico tem aumentado o amadurecimento deles para decidir as ações necessárias, o que resulta em mais eficiência no trabalho e, consequentemente, ao aumento da renda. “A tecnologia permite mais clareza para tomar decisões. O principal valor dela é que as informações ficam para a cooperativa para que ela possa ganhar autonomia”.
Prêmio
Esta 8ª edição do Prêmio tem outras cinco categorias, além da Meio Urbano: Comunidades Tradicionais, Agricultores Familiares e Assentados da Reforma Agrária; Juventude; Gestores Públicos; Mulheres; Universidades e Instituições de Ensino e Pesquisa. Das 18 finalistas, a iniciativa vencedora de cada categoria vai receber R$ 50 mil e as outras duas finalistas, R$ 25 mil. As tecnologias sociais vencedoras serão conhecidas no dia 10 de novembro, em Brasília, durante o evento de premiação. O Prêmio é realizado a cada dois anos e tem como objetivo identificar e difundir tecnologias sociais, que promovam o envolvimento da comunidade, transformação social e possibilidade de serem reaplicadas e implementadas em âmbito local, regional ou nacional. Além disso, as soluções devem ser efetivas nas áreas de alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde. São parceiros da iniciativa a Petrobras, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).